Friday, September 29, 2006

Ecos das comunidades do Alto Molocue


No passado mês de Agosto tive oportunidade de fazer umas férias diferentes. Juntamente com um grupo de sete pessoas de vários pontos da Ilha, fomos a Moçambique para fazer uma experiência de voluntariado.
Após alguns meses de preparação (desde Janeiro até Julho), em que recebemos apoios de tantas pessoas e entidades, partimos com tantas expectativas e temores, pois era uma realidade diferente a qual não estávamos habituados. Por muito que nos preparássemos, nada suporia que este mês fosse tão rico na minha vida.
Queria sobretudo partilhar convosco a experiência de fé daquele povo simples mas rico em acolhimento e entrega.
A zona do Alto Molócuè, onde fizemos uma parte importante da nossa experiência, é uma vasta área composta por 250 comunidades cristãs. Cada comunidade terá por volta de umas 300 a 500 pessoas. Estas comunidades são assistidas por 5 sacerdotes, que aos fins-de-semana vão visitar estas mesmas comunidades. Por isso cada comunidade poderá ter a visita do sacerdote uma vez por ano, principalmente aquelas mais distantes.
Como se organizam estas comunidades? Sobretudo à volta dos ministérios, onde o catequista tem um papel fundamental no crescimento dessa mesma comunidade. Estes, em coordenação com os missionários, orientam as celebrações da Palavra e as várias funções da comunidade.
Tivemos oportunidade, durante os fins-de-semana de visitar algumas dessas comunidades, testemunhar a sua vitalidade e a forma singular como exprimem a sua fé, através do canto e da dança, que são expressões da sua própria cultura.
Em cada comunidade éramos sempre recebidos com muito entusiasmo, um acolhimento caloroso que nos fazia sentir bem. Entre aquela alegria e entusiasmo não sentíamos as duas horas e meia (média) de celebração.
Aprendi muito com aquelas comunidades vivas de fé.
Em primeiro lugar o canto é essencial, acompanhado pelas palmas e pela dança, envolvendo de uma forma singular e particular toda a assembleia.
Em segundo lugar, o destaque dado à Palavra, com a entrada solene do leccionário, que leva o seu tempo mas prepara a assembleia para um dos momentos mais importantes: a liturgia da Palavra.
Outro aspecto que gostaria de destacar é a partilha que cada qual faz no momento da oração universal, com preces espontâneas. Uns melhor que outros, mas sem vergonha, os que assim desejassem faziam com muita simplicidade a sua prece.
Um último aspecto a referir, diz respeito ao momento da comunhão, sempre seguido do cântico de acção de graças. O agradecimento sempre expresso pela alegria do canto e das palmas.
Para mim como sacerdote foi uma experiência particular e reconfortante participar e testemunhar esta vitalidade das comunidades cristãs.
Levava para Moçambique muitos projectos que partilhei com as crianças e jovens. Venho de lá muito mais rico, contagiado pela simplicidade daquele povo que embora sendo pobre, partilha daquilo que tem com muita generosidade. Mas a riqueza maior é o dom da fé vivida na alegria e no entusiasmo, fazendo de cada celebração um momento especial, um digno acto de Eucaristia, acção de graças.

Pe. Juan Noite, SCJ

Saturday, September 16, 2006

Benvindos

Benvindos ao meu blog.
Este preende ser um espaço de partilha de experiências nos mais diversos campos, especialmente nos campos da pastoral juvenil e voluntariado.
Não hesitem em deixar as vossas mensagens, partilhando o que se vai fazendo nas vossas paróquias e movimentos.