Friday, January 30, 2009

Festival da canção JD - Regulamento

Tema: Na senda de Dehon, partilhar a disponibilidade.
Objectivo: promover a criação e expressão artística dos jovens.
Local: Ribeira Brava – Salão Paroquial
Data e hora: 8 de Março de 2009 - 16h

1. A Juventude Dehoniana Madeira promove um festival jovem da canção, a realizar no dia 8 de Março de 2009; no salão paroquial da Ribeira Brava, pelas 16h. As duas canções melhor classificadas participarão no Festival Nacional JD, a realizar no dia 19 de Abril de 2009, em Fátima – Centro Paulo VI pelas 14.00h.

2. O tema que deve inspirar as canções é o tema JD do ano 2008-2009: Na senda de Dehon, partilhar a disponibilidade.

3. Com este festival pretende-se promover a criação e expressão artística dos jovens envolvidos nas actividades pastorais organizadas pelos dehonianos, ou de alguma maneira ligados a elas.
4. O prazo limite de entrega das canções termina no dia 27 de Fevereiro de 2009.

5. Podem concorrer todos os jovens, grupos e movimentos que aprofundaram o tema do festival, que participaram em algumas actividades promovidas pela JD ao longo deste ano, ou que se sintam dentro do espírito do festival.

6. Cada grupo participante pode apresentar a concurso o máximo de duas canções.

7. A música e a letra devem ser inéditas, não tendo, portanto, concorrido a outro festival ou apresentação.

8. Cada canção apresentada a concurso deve ser gravada em condições mínimas de audição no início do lado A de uma cassete. Se forem várias, gravam-se do mesmo lado espaçadas adequadamente. A acompanhar deve apresentar-se cinco cópias de cada letra, dactilografadas em folha A4 com a respectiva pauta musical, e sem qualquer outro tipo de identificação.
9. Num envelope fechado, deve constar, em folha A4, o título da(s) canção(ões), a identificação do autor, compositor e interprete(s), bem como o endereço e o telefone da pessoa a contactar.

10. A canção não poderá ultrapassar os quatro minutos.

11. A entidade organizadora do festival procederá à escolha das doze canções a apresentar no festival do centro.

12. A partir do dia 2 de Março, será comunicado o resultado da selecção a todos os concorrentes.

13. Das decisões da entidade organizadora não há recurso.

14. Os cantores não podem participar em mais que um grupo, quer a solo, quer em coro.

15. As canções devem ser entregues no Colégio Missionário (Caminho do Monte, 9) ao cuidado do Pe Juan (email: juan_noite@hotmail.com; telemóvel: 967240986), ou a alguém do Secretariado JD Madeira.

16. As canções vencedoras serão apresentadas no Festival da Juventude Dehoniana, em Fátima, a realizar no dia 19 de Abril de 2009, pelas 14.00h, sendo: duas dos Açores, duas da Madeira, três de Lisboa, três do Porto.

17. Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela organização deste festival.

18. A participação neste festival implica o conhecimento e a aceitação integral deste regulamento, reservando-se a organização a dispor das canções seleccionadas.

Festival da canção JD - Texto inspirador

A disponibilidade: um valor para o jovem de hoje.

O que é a disponibilidade? Qual o sentido desta palavra hoje?
Quando falamos em disponibilidade podemos interpretar como estar disposto, disponível para fazer algo, ajudar alguém. Uma atitude que nos predispõe para a acção.
Poderá implicar dar algo que temos e que outros precisam, dispor do nosso tempo.
A disponibilidade é um dos valores presentes na espiritualidade dehoniana. É um valor que exige de nós disposições interiores (pessoais) e exteriores, voltadas para a acção. Algo que deve orientar a nossa vida, inspirar a nossa acção.

1. Disponibilidade hoje

Vivemos hoje num tempo em que as vidas são muito ocupadas e o ritmo que nos é imposto pela vida quotidiana é vertiginoso. Olhando de um modo especial para os jovens, não há tempo para muita coisa.
Hoje, mais do que nunca, a vida quotidiana é um puzzle, composto de muitas peças que é necessário saber encaixar para nos dar um quadro harmonioso, com sentido. O homem de hoje não tem tempo para parar, não tem tempo para nada, procura fazer tudo. Muitas vezes não há tempo para dar a devida atenção àqueles que estão ao nosso lado e convivem connosco; não há tempo para apreciar o que de belo tem a vida, a natureza.
No quadro actual, terá sentido reflectir sobre a disponibilidade? Disponibilidade será somente dispor do nosso precioso tempo para estarmos atentos aos outros?
Numa vida tão fragmentada, o desafio está em redescobrir este valor da disponibilidade como algo mais profundo do que dispor do nosso tempo em prol dos outros.
A disponibilidade é sobretudo uma disposição de vida, atitude permanente que implica conhecer-se, encontrar-se consigo mesmo, para poder estar com os outros. Deste modo, a disponibilidade não é um simples fazer algo que me pedem mas uma atitude perante a vida, um modo de viver. Esta capacidade de dar sentido ao que fazemos é importante nos nossos dias, pondo empenho e dedicação em tudo o que fazemos.

2. Disponibilidade à luz da Palavra de Deus

A Palavra de Deus apresenta-nos a disponibilidade como uma atitude concreta de discernimento da vontade de Deus. A disponibilidade, como atitude que deve marcar o ser humano, passa por uma resposta ao projecto de Deus para cada um de nós.
Na Bíblia a disponibilidade é essa atitude de escuta e aceitação do projecto que Deus tem para cada homem, a resposta do homem ao chamamento de Deus, discernindo a Sua vontade. O projecto de salvação de Deus passa pela resposta do homem, pelo seu sim em atitude de disponibilidade.
Como exemplo paradigmático dessa atitude de disponibilidade temos a atitude de Maria. Perante a proposta de Deus que lhe é feita pelo Anjo para ser mãe do Salvador ela responde com um sim generoso, o seu “fiat” (faça-se a tua vontade), que é fruto de uma ponderação. Enfrenta os seus receios, refaz os seus projectos, mas por fim, num acto de confiança, aceita a missão que Deus tem para ela.
Disponibilidade não é dizer sim de olhos fechados mas tendo consciência das dificuldades inerentes a essa opção, aceitando-as, tendo consciência que Deus suportará a nossa opção.

3 . Disponibilidade no carisma dehoniano

Nos seus escritos o Pe. Dehon não emprega a palavra disponibilidade, fala sim do espírito da nossa vocação, que se resume no “Ecce Venio” e “Ecce ancila” de Jesus e Maria. Disponibilidade e solidariedade resumem as nossas atitudes concretas de abandono e oblação.
Um dos aspectos centrais da espiritualidade dehoniana é a oblação. O Pe. Dehon vê a expressão máxima da oblação na oferta de Cristo, na sua obediência à vontade do Pai, expressa pelo seu “Ecce venio”: Eis que venho, ó Deus, para fazer a vossa vontade (Hb 10,7).
A união da oblação de Cristo ao Pai pelos homens é a fonte de toda a nossa vida cristã e apostólica. Também a Virgem Maria, no seu “Ecce ancila” (Eis a serva do Senhor, faça-se em mim a tua palavra) é a imagem perfeita desta mesma oblação.
Ecce venio e Ecce Ancila, duas fórmulas que não são idênticas e que exprimem atitudes distintas em relação à Palavra e à vontade de Deus. O Ecce Venio exprime uma atitude activa “para fazer...”, um sim de iniciativa do Filho de Deus que incarna, disposto a fazer a vontade do Pai. No seu Ecce Ancila Maria exprime a sua total disponibilidade, para que se cumpra nela a vontade de Deus. Este sim de Maria é expressão do acolhimento consciente da vontade e da missão de Deus. Tanto o sim de Jesus como o sim de Maria são expressão de disponibilidade e solidariedade, oblação total no tempo e no espaço.
A vida de oblação deve ser para nós um estímulo que nos mantém sempre activos e interessados na recriação, na restauração do homem, do mundo, de toda a sociedade, das relações humanas segundo o Coração de Cristo. A contemplação do Coração de Cristo, do seu amor oblativo pelos homens, deve fazer de nós imitadores dessa mesma oblação.
Ao fundar a congregação, o Pe. Dehon pediu esta atenção particular às necessidades da Igreja, aos mais pobres, os últimos da sociedade, respondendo às insuficiências da própria Igreja.

4. Expressões concretas da disponibilidade

Como poderemos exprimir, de uma forma concreta, a vivência do valor da disponibilidade, segundo um cariz dehoniano?
a) Na cordialidade
A cordialidade nasce da consciência de nos sentirmos amados por Deus, sendo em primeiro lugar uma disposição interior. A contemplação do Coração de Cristo deve despertar em nós sentimentos de amor pelos irmãos.

b) No acolhimento

Ser homens de coração significa acolher de braços abertos aqueles que estão ao nosso lado. Olhar o mundo com os olhos de Deus, acolhendo a pessoa humana na sua dignidade de criaturas à imagem e semelhança de Deus. Ir ao mais profundo daquilo que a pessoa é, não se detendo simplesmente na condição actual que a possa estar a viver.

c) No compromisso social e eclesial
A consciência do amor de Deus leva necessariamente a um compromisso real e efectivo com o nosso mundo. O mundo precisa de pessoas, de jovens que ofereçam o seu tempo e a sua vida e se comprometam com o mundo de hoje.

d) Na evangelização
Todo o cristão tem a tarefa de evangelizar, incarnando em si a missão da própria Igreja. O Pe. Dehon, ao fundar a Congregação, não a criou em vista de uma obra determinada, porém deixou-nos certas orientações apostólicas. Dentro dessas orientações privilegiou o trabalho nas missões e o ministério entre os pequenos e humildes (Souvenirs XV).

Pe. Juan Noite