Friday, April 06, 2012

Sexta-feira Santa - A vitória do Amor


"Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?" (Sl 21)

Hoje é o chamado dia da Paixão de Cristo... da sua morte na Cruz.
A palavra "Paixão" tanto pode estar ligada à dor e sofrimentos de Cristo e que a comunidade cristã hoje vive de uma forma expressiva, como também ao sentido do percurso de Cristo.
A razão da sua entrega, da doação da sua vida foi sobretudo uma questão de "Paixão" pelo Pai, de amor sem limites, que 0 leva a entregar-se totalmente.

É neste sentido que o grito de Jesus sobre a cruz (Meu Deus, porque me abandonaste?) não seja um grito de desespero e revolta.
Ao formular esta prece, Jesus, como judeu que era estava a invocar e a rezar o salmo 21. Este salmo, começando por ser um grito do sofrimento humano a Deus, finaliza numa tonalidade de esperança e confiança em Deus.
Por isso, a prece de Jesus sobre a cruz é acima de tudo o grito da esperança em Deus, que nunca abandona a condição humana.

Disponibilizo o salmo 21 para que o possas ler com calma... identifica Jesus nele, identifica-te nesse salmo...

2Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes? *
Como estais longe da minha oração, †
das palavras do meu lamento?
3Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis, *
clamo de noite e não me prestais atenção.

4Vós, porém, habitais no santuário, *
sois a glória de Israel.
5Em Vós esperaram nossos pais, *
confiaram e Vós os libertastes.
6A Vós clamaram e foram salvos, *
confiaram em Vós e não foram confundidos

7Eu, porém, sou um verme e não um homem, *
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
8Todos os que me vêem escarnecem de mim, *
estendem os lábios e meneiam a cabeça:
9 «Confiou no Senhor, Ele que o livre, *
Ele que o salve, se é seu amigo».

10Fostes Vós que me tirastes do seio materno, *
sois Vós o meu defensor desde o regaço de minha mãe.
11A Vós fui entregue logo ao nascer, *
desde o seio materno sois o meu Deus.
12Não Vos afasteis de mim, porque estou atribulado *
e não há quem me ajude.

13Manadas de touros me cercaram, *
touros de Basã me rodeiam.
14Abrem as fauces contra mim, *
como leão que devora e ruge.

15Sou como água derramada, *
desconjuntam-se todos os meus ossos.
O meu coração tornou-se como cera *
e derreteu-se dentro do meu peito.
16A minha garganta ficou seca como barro cozido †
e a minha língua colou-se ao céu da boca. *
Assim me reduzistes ao pó do túmulo.

17Matilhas de cães me rodearam, *
cercou-me um bando de malfeitores.
18Trespassaram as minhas mãos e os meus pés, *
posso contar todos os meus ossos.
19Eles, porém, contemplaram e observaram-me. *
Repartiram entre si as minhas vestes †
e deitaram sortes sobre a minha túnica.

20Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim, *
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.
21Livrai a minha alma da espada *
e das garras dos cães a minha vida.
22Salvai-me das fauces do leão *
e dos chifres do búfalo livrai este infeliz.
23Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos, *
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.

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