Saturday, December 29, 2007

Um magusto na Bica da Cana


A Associação de Leigos Voluntários Dehonianos (ALVD) e a Juventude Dehoniana (JD) da Madeira não quiseram deixar passar em vão o feriado de 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos, e organizaram um “magusto” nas serras da ilha. O local escolhido para a festa foi a Bica da Cana, no planalto do Paul da Serra, onde se reuniu um grupo deveras animado e disposto a resistir ao frio, que ali marcava presença activa.
O ponto de encontro foi na igreja da Serra de Água, após a missa da manhã. Os ponteiros do relógio caminhavam já para o meio dia, quando o grupo se meteu em duas carinhas e arrancou em direcção à Encumeada. Depois, seguiu pela estrada vertiginosa, que rasga as montanhas, rumo ao Paul da Serra, e revela uma paisagem deslumbrante.
«Esta é uma das zonas mais bonitas da Madeira», confessou o padre Juan, do Colégio Missionário, que ia ao volante de uma das viaturas, algo preocupado com a pequena quantidade de castanhas que se levava para o “magusto”. Isto porque, nessa manhã, o produto rapidamente esgotou em vários supermercados, além de que a colheita deste ano não foi lá muito boa na Madeira.
Na Bica da Cana, apesar da pequena multidão que ali se encontrava, ainda havia um recinto disponível para preparar a comida. Em breve, acendeu-se uma fogueira. Antes das castanhas assadas, preparou-se uma espetada à boa maneira madeirense, saborosa e tenra, e uma salada de alface para acompanhar. Em cima de uma mesa de pedra, ao ar livre, dispuseram-se guloseimas, sumos e vinho e a conversa foi ficando cada vez mais animada. O problema era mesmo o frio, sempre mais intenso, à medida que o nevoeiro baixava sobre o planalto.
Finalmente, as castanhas assadas, o “magusto” do Dia do Pão por Deus. Eram poucas, é certo, mas quentes e boas, como manda a lei. Pelo menos, ninguém se queixou, a não ser mesmo do frio, que, por volta das 16 horas, arrastou toda a gente para um restaurante, em busca de café e abrigo.
Depois, o grupo desceu à Calheta, onde o sol brilhava como no verão e havia gente descontraída na praia – um sinal evidente do micro-clima da Madeira.
O dia de “magusto” da ALVD e da JD terminou onde começou – na Serra de Água, onde (quem vive na ilha sabe muito bem disto) é sempre obrigatório beber uma “poncha” antes de regressar a casa.
Duarte Caires

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