O jejum é uma das práticas tradicionais da Igreja na vivência da Quaresma. Muitas vezes tem um sentido pesaroso, algo que muitas vezes até parece inútil.
O verdadeiro sentido do jejum vem-nos da própria Palavra de Deus que hoje nos é dirigida pelo profeta Isaias (Is 58, 4-8):
"Jejuais entre rixas e disputas, dando bofetadas sem dó nem piedade. Não jejueis como tendes feito até hoje, se quereis que a vossa voz seja ouvida no alto.
Acaso o jejum que me agrada consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre um saco de cinza? Podeis chamar a isto jejum, e dia agradável ao Senhor?
Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? - diz o Senhor Deus: é romper as ligaduras da iniquidade, desatar os nós do jugo, deixar ir livres os oprimidos, e quebrar toda a espécie de jugo; é repartir o seu pão com o esfomeado, dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir o nu, e não desprezar o teu irmão. Então a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se; a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor atrás de ti."
Ainda achas que o verdadeiro jejum é inútil?!?
"Ensina-me a jejuar,
Deus da vida abundante.
Faz-me abster do rancor e da inveja.
Ajuda-me a renunciar
às palavras agressivas.
Ampara-me para vencer o egoismo"
in Rezar na Quaresma - Ano B, p. 6, Edições Salesianas
1 comment:
Boa tarde. Antes de mais, obrigada pela partilha.:o)
Se entendi corretamente, o jejum, que Deus invoca e nos apresenta como desafio, não está associado à “mortificação” do corpo, mas ao das palavras e dos actos que consubstanciem agressividade ou violência ao próximo. Convida-nos, igualmente, a perscrutar no próximo o olhar Deus; e deste modo, a partilhar com Ele o nosso pão, as nossas roupas e o nosso abrigo.
Creio que é este o jejum proposto por Deus. Um convite que Ele nos endereça não somente na Páscoa.
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